sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
terça-feira, 24 de novembro de 2009
domingo, 15 de novembro de 2009
André Barcinski
Colaboração para a Folha
São muitas as obsessões de Woody Allen: cinema, amor, casamento, traição, adultério, velhice, Ingmar Bergman, Dostoiévski, Marx (Groucho, não Karl), Deus, religião, morte, sexo, sexo e mais sexo. Nenhum cineasta, nos últimos 45 anos, tratou de neuroses, inseguranças e fobias com tanta graça quanto esse hipocondríaco judeu nova-iorquino.
Quem curte as obsessões de Allen terá um prato cheio a partir de quarta-feira, quando começa a retrospectiva A Elegância de Woody Allen no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio e de São Paulo, com mais de 40 filmes. Para melhorar, todos serão exibidos em película, o que vai permitir apreciar melhor o trabalho de grandes fotógrafos com quem Allen trabalhou, como Gordon Willis (Coppola), Sven Nykvist (Bergman), Zhao Fei (Zhang Yimou) e Carlo Di Palma (Antonioni).
Assistir aos filmes em ordem cronológica dá uma ideia da trajetória e evolução de Woody Allen como cineasta. O auge se deu a partir da metade dos anos 70, quando dirigiu grandes filmes, como "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" (77), "Manhattan" (79) e "Hannah e Suas Irmãs" (86).
A retrospectiva é uma boa chance também de lembrar as influências cinematográficas de Woody Allen. Da mesma forma que Quentin Tarantino, seus filmes são colchas de retalhos de outros cineastas. "Os Trapaceiros" (2000) é uma versão da clássica comédia italiana "Os Eternos Desconhecidos" (58), de Mario Monicelli; "A Rosa Púrpura do Cairo" é inspirado em "Sherlock Jr." (24), de Buster Keaton.
Mas as duas maiores influências de Allen são mesmo Ingmar Bergman e Federico Fellini. Do sueco, Allen tomou emprestado "Sorrisos de uma Noite de Amor" (no seu "Sonhos Eróticos de Uma Noite de Verão", 82), "Morangos Silvestres" ("Desconstruindo Harry", 97), "Gritos e Sussurros" ("Interiores", 78) e "O Sétimo Selo" ("A Última Noite de Boris Grushenko", 75). De Fellini, "La Strada" ("Poucas e Boas", 99), "Oito e Meio" ("Memórias", 78) e "La Dolce Vita" ("Celebridades", 98).
Nos últimos anos, Allen aproveitou seu prestígio na Europa, onde produziu quatro filmes: "Match Point", "Scoop" e "O Sonho de Cassandra", na Inglaterra, e "Vicky Cristina Barcelona", na Espanha. Há informações de um longa a ser rodado no Rio de Janeiro, em 2011. Enquanto isso não se confirma, Allen voltou a Londres para seu mais recente filme, ainda sem título, estrelado por Anthony Hopkins e Josh Brolin (de "Onde os Fracos Não Têm Vez").
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
sábado, 24 de outubro de 2009
Essas são algumas de suas 60 fotografias, tiradas entre 2002 e 2007, para a mostra "In Principio", que documentou sua viagem à Etiópia, Brasil, Guatemala, Colômbia e Índia - países produtores de café. Ele registrou com sua Leica as diversas etapas da produção cafeeira. Desde sua colheita até os processo de secagem, seleção de grãos e tostadura.
In principio foi patrocinada por uma marca italiana de café e em 2007 foi exposta na Galeria 32 localizada na embaixada do Brasil em Londres, e em setembro do ano passado a mostra esteve em cartaz na galeria Postfuhramt, em Berlim.



"Esta exposição é uma forma de voltar às minhas origens". Sebastião Salgado



"Muita gente nos países ricos acredita que o café é feito atrás do supermercado, portanto a idéia é mostrar que os grãos de café que compram passaram por muitas mãos e requerem muito trabalho". Sebastião Salgado


A propósito ... Vou tomar uma xícara de café. Acabei de acordar!
terça-feira, 13 de outubro de 2009
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Vida antes da morte / 24 pessoas em dois cliques vitais: um pouco antes do adeus e o seguinte logo depois

Nessa época, em novembro de 2003, o fotógrafo Walter Schels, 72, e a jornalista Beate Lakotta, 42, já estavam tocando, há um ano, o projeto Noch Mal Leben (Viver de novo, em tradução livre), com a proposta de documentar a vida – e a morte – de pessoas em situação semelhante à de Schmitz. Em locais como o Hospiz em Hamburgo, onde estava o publicitário, a dupla passou a conviver com pacientes que toparam compartilhar seus últimos instantes. Como resultado de cada paciente acompanhado, dois cliques de Schels – um pouco antes do momento final e, o seguinte, instantes depois da morte – e um depoimento colhido por Beate.

“Tudo o que está além deste mundo é melhor do que nosso mundo. Melhor do que qualquer coisa que nossa mente possa imaginar.”

“Ninguém questiona como me sinto. Estão todos com cagaço. Conversam sobre tudo, menos sobre isso. Acho realmente triste esse jeito desesperado de evitar o assunto. Vocês não entendem? Vou morrer! Esse é o único pensamento que me ocorre.”
Entre dezembro de 2002 e junho de 2005, o casal entrevistou e retratou 24 pessoas de idades e perfis variados, resultando numa exposição que passou por diversos países. “Todos sabemos que vamos morrer um dia. Mas não acreditamos que isso vai nos acontecer de fato”, explica a jornalista, que é especializada em ciência e faz parte do staff da revista Der Spiegel. “Muitos entrevistados disseram que a doença aparecera justamente no momento em que haviam decidido passar mais tempo com a família, viajar bastante, ter mais prazer. Perceberam que a vida estava acabando quando, em tese, deveria começar”, diz. “Agora procuro evitar esse equívoco; estou centrada no presente.”

“É possível ter uma segunda chance na vida? Acho que não. Eu não tenho medo da morte – vou ser apenas um dos milhões, bilhões de grãos de areia no deserto.”
Klara Behrens nasceu no dia 2 de dezembro de 1920 e morreu em 6 de fevereiro de 2004
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Para Walter Schels, o trabalho também o ajudou a se livrar de alguns traumas. “Passei por experiências terríveis durante a Segunda Guerra, quando minha casa foi bombardeada. Com apenas 9 anos tive que identificar corpos queimados dos vizinhos pelas roupas. Desde então, evitei o contato com a morte; aos 18, permaneci distante do meu pai quando ele morreu e, aos 50, nem ousei olhar para minha mãe durante seu velório”, conta. “Durante anos, tive um esqueleto no meu estúdio para tentar superar esse medo, mas não deu certo. Tive que me desfazer dele.”
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Após o contato com as pessoas que vemos nestas páginas, ele enxerga o assunto hoje de forma mais amena. “Fazer o último retrato foi uma espécie de meditação sobre minha própria morte. Cada um dos encontros foi um choque de realidade, mas tentamos não lutar contra a tristeza. Na verdade, foi menos assustador do que havia imaginado.” Por quê? “A última vez na vida pode ser uma experiência preciosa e intensa. Com a morte, a dor desaparece. Basta olhar.”
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+ http://www.noch-mal-leben.de/
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
domingo, 13 de setembro de 2009
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
domingo, 6 de setembro de 2009
"Uma recomendação silenciosa" (Aristóteles)
"Uma recomendação superior à de qualquer carta de introdução" (Aristóteles)
"Um reino de curta duração" (Sócrates)
"Uma superioridade natural" (Platão)
"Um logro silencioso" (Teofrasto)
"Um infortúnio numa moldura de marfim" (Teócrito)
"Um presente glorioso da natureza" (Homero)
"Uma monarquia que precisa de defensores" (Carneades)
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
domingo, 23 de agosto de 2009

Ditados, Bíblia e Martini
Colunista passa a vida colecionando dizeres e reparte seu “best of” pessoal
Texto por J. R. Duran Ilustração Morgan Blair / http://www.morganblair.com/
Tenho o costume, devo confessar, de anotar em um canto de minhas agendas frases que vou lendo e que, de alguma maneira, me marcam. São pensamentos que devem ter aparecido na minha frente no momento certo. Seguem algumas delas, na ordem em que foram guardadas.
“Deixem as mulheres bonitas para os homens sem inspiração.” Essa é de Marcel Proust. Já o jornalista Mino Carta, se referindo a um político corrupto, escreveu em seu blog: “Não acredito em Lombroso. Mas há exceções, às vezes as aparências não enganam”. Quem escreveu “o que faz andar o barco não é a vela enfurnada, é o vento que não se vê” não foi um marinheiro, foi Platão. E Woody Allen constatou que “se nós falamos com Deus estamos rezando, mas se Deus fala conosco estamos loucos?”. Na época em que as companhias aéreas tornaram as viagens de avião pelo país um pesadelo, o comandante Rocha Lima sintetizou, brilhantemente, a um jornal, que “no Brasil de hoje ir de avião é o meio mais caro para se chegar atrasado a qualquer lugar”.
Interessado pela guerra do Vietnã, me chamou a atenção em uma revista piauí a foto de um isqueiro Zippo com os dizeres “In Vietnam the wind dosen’t blow. It sucks” (No Vietnã o vento não sopra. Suga). Já a frase “A verdade sempre brilha”, que parece saída de um brasão ou bandeira, não sei de onde saiu, mas já me serviu, muito, de consolo. Na sequência, um provérbio judeu: “Com uma mentira se pode ir muito longe, mas sem esperança de retornar”.
O filósofo espanhol Julian Marias escreveu que “no se puede ser inteligente sin ser generoso”, e isso me deixou encucado por um tempo. Já Aristóteles Onassis, armador grego que trabalhou a vida inteira para ser milionário e passou à história como o segundo marido de Jacqueline Kennedy, dizia: “The rule is: there are no rules” (A regra é: não existem regras). Talvez esse fosse seu segredo. Mas, por outro lado, em algum lugar li, e anotei, que alguém descobriu o óbvio, que “os ricos não reconhecem o que não tem preço”.
Guardo, também, os papeizinhos que me tocam nos biscoitos da sorte dos restaurantes chineses. Tenho três colados, um embaixo do outro, bastante enigmáticos. Um deles diz que “mesmo oprimido, procure pelo sucesso”, outro aconselha: “Não se preocupe com o que se passa de fora de sua porta”. Um terceiro sentencia que “tudo o que é visível deve expandir até penetrar o âmbito invisível”. Na verdade não sei ao certo se são enigmáticos, redundantes ou pretensiosos.
Chutando o balde
Neil Young aparece com uma frase retumbante e trágica: “Its better to burn out than to fade away” (algo como: É melhor se acabar do que desaparecer). Serve como uma luva para quem quer chutar o balde. Mario Quintana é mais romântico e escreve que “uma vida não pode apenas ser vivida, precisa também ser sonhada”. A seguir, depois de algumas semanas, deparei com o livro dos Eclesiastes, do Novo Testamento: “Stultorum infinitus est numerus” (O número de estúpidos é infinito). Já Santo Agostinho é bastante prático e cético com a condição humana. Escreve que “toda virtude se deve à falta de oportunidade para o vício”. E Guimarães Rosa vai numa linha mais sintética e platônica ao dizer que “quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo”.
Depois de uma viagem à Eritreia voltei com a frase, quase inútil, “knowledge makes one laugh, but wealth makes one dance” (o saber nos faz rir, mas a riqueza faz dançar). E um dia, monótono com certeza, me lembrei do Chacrinha dizendo “todo dia tomo banho, na mesma banheira do mesmo tamanho”. Por fim, um bom escritor dos anos 30, em Hollywood, de quem não lembro o nome, resumiu: “Quais são os três maiores prazeres da vida? Um dry martini antes e um cigarro depois”. http://revistatrip.uol.com.br/revista/180/colunas/ditados-biblia-e-martini.html